Santos Dumont e o legado do “Pai da Aviação”

Santos Dumont

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Nesta quinta-feira,  20 de julho, Alberto Santos Dumont, o “Pai da Aviação”, faria 149 anos. Brasileiro, nascido em 1873, na Fazenda Cabangu, em João Gomes, cidade que hoje leva o nome de Santos Dumont, em Minas Gerais, foi um aeronauta, esportista, autodidata e inventor. Projetou e construiu os primeiros balões dirigíveis com motor a gasolina.

Em novembro de 1984, foi consagrado patrono da Aeronáutica Brasileira por suas valorosas contribuições ao transporte aéreo. Suas criações foram o marco inicial para a evolução da aviação, destacando o icônico 14-Bis, um aparelho mais pesado que o ar, que decolou sem a ajuda dos ventos, com um motor de 50 cavalos de potência e pousou na presença dos membros do Aeroclube da França. Santos Dumont serve de inspiração para os entusiastas do setor.

A infância e o desejo por inovar

Alberto Santos Dumont é filho Henrique Dumont, rico fazendeiro, engenheiro, e de Francisca Santos Dumont, de família portuguesa. Seu avô, François Dumont, era um joalheiro francês que veio para o Brasil em meados do século 19 e escolheu a Diamantina para morar. O jovem inventor teve uma educação de qualidade. Passou pelo Colégio de Culto à Ciência, em Campinas, e depois estudou no Instituto das Irmãos Kopke e no Colégio Morethzon, no Rio de Janeiro.

Em 1891, conheceu a França pela primeira vez e ficou encantado com o motor a gasolina, que era a sensação do momento. Na capital francesa, Dumont aprofundou-se nos seus estudos sobre mecânica e motores a combustão. Na adolescência, adorava observar os pássaros. Seu sonho era criar um aparelho que permitisse o homem voar, controlando seu próprio curso. Com 18 anos, começou a investir nas suas próprias criações, após receber títulos de renda de seu pai.

Primeiras máquinas

Entre 1889 e 1909, planejou e experimentou mais de duas dezenas de invenções, incluindo balões livres, dirigíveis e aviões. O primeiro  foi o balão “Brasil”, com apenas 15kg, um balão cilíndrico e movido a hidrogênio. Em 1989, o balão ganhou altura preso em uma corda e subiu com o auxílio do vento. Ao longo de suas invenções, Dumont foi desenvolvendo os mistérios da navegação aérea.

Outro grande feito do aeronauta foi o balão nº 6, que decolou, contornou a Torre Eiffel e aterrisou valendo-se somente da força de um motor a gasolina, em 1901. A demonstração foi o destaque do Prêmio Deutsch, criado pelo magnata do petróleo Émile Deutsch de La Meurthe, para condecorar quem criasse a primeira aeronave dirigível.

14-Bis e Demoiselle

O 14-Bis é a primeira aeronave da história. Em 1906, Dumont competiu em apostas promovidas por filantropos, que premiariam quem conseguisse decolar por meios próprios. Com uma altura de 6 metros, Dumont decolou do Parque das Bagatelle, em Paris, pilotando o 14-Bis. Dumont também foi o responsável por iniciar a Era da Aviação Mundial com o seu avião Demoiselle, de 1907, cujo modelo difundiu-se mundialmente e no qual todo o mundo iniciou a voar.

Fim da carreira

Em 1910, Dumont adoeceu e resolveu voltar para o Brasil. Sua tristeza aumentou quando viu suas criações sendo utilizadas na Primeira Guerra Mundial e na Revolução de 1932, no Brasil.

Alberto Santos Dumont faleceu no Guarujá, São Paulo, no dia 23 de julho de 1932, um ano após voltar da França. Ele se suicidou em um hotel. Sofria de depressão e esclerose múltipla. Na época, o governo divulgou que Dumont teria sofrido um infarto.

Quem quiser conhecer mais sobre a história de Santos Dumont pode visitar o Museu Aeroespacial (MUSAL), localizado no Campo dos Afonsos, na zona oeste do Rio de Janeiro (RJ). O espaço conta com uma exposição dedicada ao inventor brasileiro. Neste acervo, há uma maquete em formato de asa delta, feita por Dumont, que permite fazer uma comparação com os modelos de jatos atuais.

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