O empresário Marcos Amaro está negociando a compra de aeronaves para duas empresas, uma de aviação executiva e outra de voos regulares
Este tem sido mais um ano complicado para as empresas aéreas no Brasil. Passada a crise gerada pela pandemia, veio o aumento dos custos provocado pela alta do preço do combustível de aviação. Além disso, com a economia patinando, a demanda é uma incógnita.
O empresário Marcos Amaro – filho do comandante Rolim Amaro, ex-CEO da TAM (hoje Latam) – resolveu ignorar tudo isso e fazer novos investimentos no setor.
Sua empresa de aviação executiva, a Amaro Aviation, está negociando a compra de jatos da Embraer. O primeiro, um Phenom 300, que tem capacidade para oito lugares e custa em torno de US$ 10 milhões, deve chegar em 2023.
Também fechou um acordo com a fabricante suíça Pilatus para a compra de mais oito aeronaves, uma por ano, a partir de 2023. A frota atual da empresa é composta por dois jatos da Pilatus, um PC-12 e um PC-24.
Fundada no fim de 2020, a Amaro Aviation vende aeronaves no modelo de propriedade compartilhada, em que várias pessoas dividem a propriedade de um mesmo avião e se revezam para usá-lo. Amaro diz que está no processo para conseguir uma autorização para operar táxi aéreo.
O outro projeto do empresário, anunciado recentemente, é a criação de uma empresa aérea de voos regulares, a Alfa Air. O plano é operar voos regionais a partir do aeroporto de Jundiaí, no interior de São Paulo – uma das primeiras rotas deve ser para Paraty, no Rio de Janeiro.
Para isso, também depende de autorização da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
“Existe um potencial inexplorado nesse mercado. Com as rotas certas e o preço certo, a demanda virá”, acredita o empresário.
Aos 37 anos, Marcos Amaro já teve outros negócios e outros interesses. Filho mais novo do comandante Rolim, começou a carreira como trainee na divisão de jatos executivos da TAM e foi membro do conselho deliberativo da companhia.
Como empreendedor, trouxe ao Brasil os óculos da marca suíça TAG Heuer. Em 2008, comprou a rede Óticas Carol e expandiu sua atuação nos anos seguintes, até que a empresa se tornou a maior varejista do setor no país.
Em 2013, a rede foi vendida por R$ 108 milhões a um grupo de fundos estrangeiros.
Amaro também já atuou como artista plástico e tem uma coleção relevante de obras de arte de artistas como Adriana Varejão, Nuno Ramos e Tarsila do Amaral – parte delas reunida no museu Fábrica de Arte Marcos Amaro, em Itu, no interior de São Paulo.