Conheça a empresa de ‘fractional ownership’ de Marcos Amaro

Marcos Amaro, CEO da Amaro Aviation, sobre um avião pilatus de sua companhia de aviação executiva.

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Quis o destino que Marcos Amaro seguisse o caminho do pai e, após se aventurar por segmentos da economia brasileira, aterrissasse o seu avião no São Paulo Catarina Aeroporto Internacional. É nos hangares do espaço na cidade de São Roque que estão os bens mais preciosos do executivo de 37 anos, filho do empresário Rolim Adolfo Amaro, o comandante Rolim, fundador da TAM Linhas Aéreas, atualmente Latam Airlines. Os aviões PC-12, PC-24 e Gulfstream G550 são três das joias adquiridas em investimento inicial de R$ 150 milhões para que a Amaro Aviation (empresa de aviação executiva) literalmente pudesse levantar voo. “Era o momento de trazer para a Amaro Aviation os valores empresariais que herdei do meu pai, principalmente em relação aos níveis de serviço e de atendimento, e de homenagear o meu pai no nome da empresa”, afirmou à DINHEIRO o empresário.

A trajetória de Marcos na carreira de empresário, no entanto, começou longe das pistas de pouso e decolagem. Apesar de ter nascido e crescido no meio da aviação – chegou a ser trainee na TAM Marília (aviação executiva) e membro do conselho da TAM Linhas Aéreas, das quais deixou de ser sócio em 2009 –, o piloto privado cursou economia, artes plásticas e filosofia. “Tive uma formação eclética”, afirmou. Mas sempre com o empreendedorismo nas veias. Ainda no final da década de 2000, assumiu o controle das Óticas Carol. Ficou à frente das operações até 2016, quando passou a investir em ativos imobiliários.

A volta de Marcos Amaro ao setor aéreo

A decisão de retornar ao setor aéreo ocorreu na pandemia. Mesmo com a aviação comercial quase parando – a redução no número de voos chegou a 95% no início do segundo trimestre de 2020 –, o segmento executivo teve alta na procura, até pelas restrições impostas por autoridades, principalmente em relação à aglomeração. Também pesa a favor do setor o fato de o País ter à disposição ao menos 3 mil aeroportos, mesmo que muitos deles não sejam sequer pavimentados, para cerca de 600 jatos executivos. Nos Estados Unidos o número de aeronaves no segmento chega a 10 mil.

Para dar início à Amaro Aviation, Marcos se associou ao comandante David Barioni, referência em segurança de voo no Brasil e no exterior, além de ex-presidente da TAM e fundador da Gol, e à C_Fly Aviation, pertencente ao comandante Francisco Lyra, CEO da Amaro. A companhia iniciou as operações em janeiro deste ano com atuação no modelo fractional ownership, que facilita o acesso de empresários e executivos à aviação privada. “Você cria um benefício para a pessoa por utilizar um avião sem ter que pagar todos os custos da aeronave. Ela divide parte do custo com outros cotistas”, disse Amaro.

O preço de cada cota – a empresa tem optado por 16 em cada aeronave – parte de R$ 2 milhões para o modelo turboélice PC-12, R$ 4 milhões no jato PC-24 e US$ 8 milhões no Gulfstream GS 500, usado em rotas internacionais. Em troca o cliente tem o direito de utilizar o avião por determinado período de horas em um ano. A necessidade de compra de uma cota, segundo Marcos, deve ser baseada no número de horas de voo acumuladas pelo empresário em 12 meses. A empresa já se prepara para o lançamento de um programa de cotas de um helicóptero Bell 429.

O serviço de gerenciamento de aeronaves é outra aposta da Amaro para ganhar mercado. A empresa cuida de todas as partes da operação, como coordenação de tripulantes, compra de combustível, segurança e manutenção. “Tudo isso está dentro do know how da C_Fly.” Além dos três aviões utilizados no fractional ownership, o portfólio de aparelhos gerenciados pela empresa tem mais dois aviões modelo G550, um G650, um Phenom 300, um King Air, além de um helicóptero Bell 429. A meta é chegar a 50 até 2026.

Os próximos passos da Amaro Aviation

A companhia mira agora a liberação do serviço de táxi aéreo. “Estamos esperando a autorização da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) que deve sair até o final do ano”, disse o chairman da Amaro. A ideia é comercializar o Flight Pass, um cartão de horas. “A pessoa compra, por exemplo, 50 ou 100 horas do avião, paga um preço determinado e tem essa utilização da aeronave, mas sem ter o ativo.”

Apesar do aumento constante no preço do combustível que, segundo Marcos, deve apresentar redução a longo prazo, a empresa já registra resultados importantes em menos de um ano de atividades, creditados à retomada da economia. “As cotas do PC-24 estão todas vendidas. Estamos indo para a segunda unidade dele. O PC-12 chegará ao Brasil na primeira quinzena de novembro, mas já comercializamos metade do avião. As pessoas estão voando mais.” E ao que tudo indica os aviões da Amaro também.

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